Eles estão espalhados pela Europa, Oceania, Ásia e nas Américas, inclusive no Brasil. Conheça alguns veículos que ultrapassaram a marca de um milhão de quilômetros rodados e alguns ainda estão em circulação.
O campeão absoluto não é nenhuma surpresa e já foi objeto de nota no Caderninho SABÓ. O Volvo P1800, pertencente a Irv Gordon, professor aposentado dos EUA, que já rodou a impressionante quilometragem de mais de 5 milhões de quilômetros e entrou para o Guinness World Records como o carro de passeio com mais quilômetros rodados por um único proprietário (clique na imagem e reveja a matéria).
Mas saiba que o Volvo já tem outros veículos em busca do título rodando em diversas partes do mundo.
Um destes era o Mercedes-Benz 200D W115 ano 1971 que alcançou a marca de 4,6 milhões de km, a maior parte servindo como táxi na cidade de Atenas, na Grécia. O proprietário Gregorios Sachinidis teve até o cuidado de comprar outros dois motores para o carro nunca ficar parado enquanto o outro conjunto motriz (um 2.0 diesel de 56 cv) estivesse em manutenção.
Mas o Volvo pode ficar tranquilo, pois, ao saber da história, a Mercedes comprou o carro do senhor Gregorios para preservá-lo e exibi-lo, presenteando o taxista com um novo Mercedes-Benz C 200 CDI.
Até o pequeno Fusca 1200 ano 1963 conseguiu rodar 2.600.000 km ao longo dos 30 anos em que viveu junto com seu antigo dono, o arquiteto norte-americano Albert Klein.
Apaixonado pelo Fusca e por viagens, ele atravessou os Estados Unidos dezenas de vezes, além de cruzar as fronteiras em direção ao Canadá, Alasca, México e outros países das Américas Central e do Sul. Cuidadoso, o proprietário efetuava o registro de todas as despesas com o pequeno Volkswagen.
O triste é que não existem informações sobre o fim do VW 1200 após a morte do Sr. Klein. Uns afirmam que o veículo foi destruído em um acidente ocorrido em 1997, outros dizem que o carro foi entregue ao AutoMuseum Volkswagen de Wolfsburg.
Nosso próximo candidato é um Toyota Corolla ano 1993. O estranho é que o veículo registrava apenas 80 mil quilômetros no hodômetro até o ano 2000. Essa história mudou radicalmente quando Graeme Hebley, um entregador de jornais da Nova Zelândia, adquiriu o Corolla DX Wagon, uma versão perua da sétima geração da família de médios, e até março de 2022 tinha acumulado 2 milhões de km rodados.
O senhor Hebley mora em Upper Hutt, uma cidade no extremo sul da ilha norte da Nova Zelândia, e passa cerca de 12 horas por dia fora de casa, seis dias por semana, quando ele faz um bate e volta de Wellington, capital do país, até New Plymouth para distribuir os jornais da empresa para a qual trabalha.
Ele percorre cerca de 353 quilômetros a cada trecho, que somam mais de 700 km, ida e volta, todos os dias, o que significa que a esta altura da história o Toyota Corolla já ultrapassou os 2 milhões de quilômetros rodados.
Nos Estados Unidos, não é tão difícil encontrar picapes que alcançaram mais de milhão de quilômetros no hodômetro, mas ultrapassar essa marca em apenas 6 anos é um feito que merece registro e até uma visita à fábrica onde o veículo foi construído.
Essa é a história da Chevrolet Silverado 3500 HD ano 2003, adquirida em 2006 pelo casal Hugh e Tammy Pennington, da cidade de Delton, no estado norte-americano de Michigan. O casal rodou 1,6 milhão de em apenas 6 anos – ou quase 243 mil km a cada doze meses.
Tammy Penningston afirma que passa 90% do tempo dirigindo e lembra claramente do momento, em 4 de abril de 2012, quando o hodômetro ultrapassou a marca de um milhão de milhas (algo próximo de 1,6 milhão de km) em seu Silverado, feito que valeu o convite para a visita à fábrica da General Motors em Flint, na VanSlyke Road, e conhecer os trabalhadores que produziram a picape.
E um carro elétrico? Será que pode rodar mais de um milhão de quilômetros? O motorista alemão Hansjörg von Gemmingen provou que sim, ao atingir a marca de quase 2 milhões de km rodados com seu Tesla Model S P85 em abril de 2024, assegurando o registro no Guinness Book como o carro elétrico com a maior quilometragem conhecida.
Entretanto, o dono do Tesla teve de acionar a garantia da marca algumas vezes. Afinal, o carro apresentou desgaste natural ao longo desse tempo e o Tesla teve trocados quatro baterias e 14 motores. O modelo já havia alcançado o registro no Livro dos Recordes com a marca de 1 milhão de km rodados em 2019.
No Brasil também temos veículos ultrapassando os seis dígitos e travando a contagem dos quilômetros rodados no hodômetro. Em 2020 o taxista peruano Walter Rivasplata, que já mora há 27 anos no Brasil, alcançou a marca de 1 milhão de quilômetros rodados com seu Toyota Etios Sedan ano 2013, comprado zero quilômetro em Brasília (DF).
A maior parte da quilometragem acumulada foi obtida nas viagens diárias entre Buritis, onde mora atualmente, e a capital do país, onde ficam os filhos. Walter vai até a Brasília todos os dias levando e trazendo passageiros, chegando a rodar 500 ou 600 quilômetros.
Com essa rotina, o Etios percorreu a média de 143.000 km/ano e, como quando estava prestes a virar 1.000.000 o hodômetro travou em 999.999, a Toyota substituiu o painel por um novo e está estudando o original para entender o motivo da pane.
O novo painel resolveu o problema e o Toyota Etios continua acumulando rodagem depois da troca, com boas chances de bater os 2 milhões de quilômetros em breve.
Os modelos mais antigos também têm a chance de alcançar o seleto grupo de 1 milhão de km. Que o diga o engenheiro civil e professor Creso de Franco Peixoto, proprietário de um Ford Verona 1.8 GLX 1990 a etanol, que em 2019 havia registrado 1.050.917 quilômetros percorridos e continuava rodando.
O curioso é que, como o hodômetro analógico tem apenas cinco algarismos, o professor Creso tem de acompanhar o número de vezes que o marcador já foi zerado para não perder as contas, o que já ocorreu em dez ocasiões.
Morador da cidade de Rio Claro, no interior paulista, o professor adquiriu o Verona usado em setembro de 1992, com 26.433 quilômetros registrados no hodômetro. A intenção era ficar um bom período com o veículo, pois, por hábito, ele costuma rodar cerca de 200 mil km antes de trocar de carro.
A ideia era mantê-lo até atingir os 500 mil km para verificar se a curva de manutenção subiria muito. Quando viu que isso não aconteceria, o professor resolveu fazer um reforço estrutural no modelo para alcançar a marca de 1 milhão de quilômetros.
A quilometragem do Ford Verona do professor Creso rendeu até uma homenagem da montadora, que produziu uma placa em homenagem ao marco de 1 milhão de km entregue pelo presidente da Ford América do Sul, na sede da empresa no ABC paulista, antes da montadora encerrar a produção no Brasil em 2021.
E o seu carro? Já passou dos 200 mil km rodados? Está perto dos 500 mil?
Conta pra a gente. Quem sabe você e sua máquina não são os próximos destaques do Caderninho SABÓ.