Em 1974 a fabricante de veículos Gurgel lançou seu projeto de carro elétrico: o Itaipu, o primeiro da América Latina, uma ideia que viria a ser assumida pelas grandes montadoras só no século 21.
O engenheiro e empresário João Augusto do Amaral Gurgel (falecido em 2009) sempre sonhou em produzir um carro nacional para concorrer no mercado de montadoras multinacionais. Assim, em 1969 ele criou a Gurgel Motores, a primeira montadora 100% brasileira.
Mas, ele não parou por ai. Para ele, a energia do futuro era a elétrica e em 1974 a Gurgel Motores apresentou no Salão do Automóvel de São Paulo o Itaipu, um minicarro com capacidade para dois passageiros que foi o primeiro automóvel elétrico desenvolvido na América Latina.
Projeto que, apesar de inovador e avançado para a época, não chegou a ser produzido em linha de montagem
O Itaipu tinha carroceria de fibra de vidro, com apenas 2,65 metros de comprimento por 1,40 de largura e lugar para duas pessoas. O painel tinha o velocímetro, amperímetro e voltímetro e o motor gerava 3,2 kW, equivalente a 4,2 cv, com velocidade máxima de 50 km/h e autonomia de 60 a 80 quilômetros com carga total.
Mesmo com o custo por quilômetro rodado da eletricidade sendo menos da metade que o da gasolina, a autonomia era o maior problema do Itaipu. Com o peso e a capacidade limitada das baterias, além do inconveniente de a recarga levar dez horas, o experimento de Gurgel não passou da fase de protótipo.
Apesar da proposta interessante, o conceito não ganhou produção em série. Mas acabou servindo de base para o E-400, um utilitário produzido entre os anos de 1981 e 1982 e que foi o primeiro carro elétrico produzido em série no Brasil.