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Jogo dos erros: ache as diferenças entre os caminhões abaixo?

Jogo dos erros: ache as diferenças entre os caminhões abaixo?

Essa é fácil. Tudo. Excetuando que ambos são grandes, potentes, andam muito e têm muita semelhança no design exterior, não há muitas coisas em comum entre os Fórmula Truck e os caminhões de série.
Caminhões de competição são produzidos exclusivamente para as pistas e, além dos itens de segurança, a única preocupação na fabricação dos “brutos” de competição é a potência. Com motores potentes, peso reduzido e componentes adicionados à carroceria que melhoram a aerodinâmica, um Fórmula Truck supera facilmente os 200 km/h.
Outras alterações são feitas na suspensão, freios e câmbio, além de outros ajustes que levam os monstros das pistas a velocidades que com certeza causariam sérios problemas para os motoristas profissionais que conduzem seus caminhões e transportam cargas pelas cidades e estradas em todo o Brasil.
A maior diferença está com certeza no motor. Enquanto um caminhão convencional tem potência de 420 cv, um Fórmula Truck tem a potência quase três vezes maior, chegando a 1.100 cv. O regime de rotação também é modificado, pois os F-Trucks precisam de mais força e menos torque, assim as 2.100 rpm dos caminhões de rua não são interessantes para as pistas e caminhões de competição podem chegar facilmente a 3.700 rpm.
Acelerações bruscas, variação constante entre alta e baixa velocidade e operação sempre no limite máximo de rotações exige das peças um esforço adicional. Para suportar essa maior exigência do motor, as equipes e os fabricantes modificam vários componentes, tais como pistões forjados, bielas e virabrequim aprimorados, filtros, bomba injetora e válvulas especiais.
Mesmo assim, os motores passam por revisões a cada prova e suportam no máximo de duas a três corridas, sendo substituídos na próxima etapa.
Outra preocupação é a temperatura de funcionamento do motor, o que exige atenção especial no sistema de refrigeração, sendo que o radiador e intercooler tem desenho próprio.

Detalhe do motor de um F-Truck. Observe o tamanho da turbina. 

A tomada de ar é bem maior que nos caminhões de rua, para aumentar o rendimento do turbo, que também é maior, e facilitar o enchimento das câmaras de combustão. Os modelos utilizam, ainda, catalisador de dimensões ampliadas, pois a emissão de fumaça acima do regulamento da competição gera punição (obriga o piloto a fazer um drive-through – passagem pelos boxes).  
São usados também bicos injetores com maior vazão e sistema de escapamento sem restrição para aguentar a potência quase três vezes maior que a original, além de parâmetros melhorados do sistema de controle eletrônico do motor (UCE) para priorizar a velocidade final e retomadas. 
O câmbio automatizado de 16 marchas (oito altas e oito reduzidas) dá lugar ao manual de seis velocidades, que tem apenas as marchas altas. 
Os dois tanques de combustível que geralmente garantem a maior autonomia dos caminhões nas viagens longas são substituídos por um único, que é instalado no meio do chassi e tem capacidade para 150 litros.  
Os pneus são os mesmos usados nos modelos de rua, porém a categoria utiliza um modelo de pneumático que passa por um processo de alisamento da banda de rodagem, que dá um aspecto mais parecido com o dos pneus slick – mais lisos –, ideais para as competições. A tração é 4×2 e possui rodado duplo (dois pneus de cada lado atrás). 
As rodas originais de aço são obrigatórias apenas para os pneus externos traseiros. Nos demais, as rodas utilizadas são de alumínio. O sistema de freios funciona a disco nas rodas traseiras e dianteira, com um sistema especial de refrigeração para que o caminhão tenha uma ação de frenagem mais rápida que o caminhão de rua. 
Para melhorar o desempenho, um Fórmula Truck passa também por mudanças estéticas e estruturais. Desde a distância dos eixos, menor distância do chassi em relação ao solo (apenas 15 cm), rebaixamento do para-choque, carenagem lateral feita em fibra de vidro, aerofólio, spoilers, posição do motor, suspensão adaptada e cabine reduzida, tudo é modificado para melhorar a aerodinâmica e estabilidade.

A esquerda, a cabine de um caminhão convencional. A direita, o cockpit de um Fórmula Truck. 

Quase tudo é retirado da cabine, como o painel, a forração térmica, o ar-condicionado, os revestimentos, bancos pneumáticos, e outros itens de conforto. No lugar são instalados conta-giros de velocidade, níveis de água e óleo e espelhos menores, além de controles e monitores que facilitam o trabalho do piloto. 
A cabine traz também itens de segurança exclusivos, como banco tipo concha, volante e cinto de competição, além de santantônio interno para proteção em caso de capotamento. 
O resultado final é um caminhão extremamente leve e muito potente. Enquanto um caminhão do mesmo modelo usado nas ruas chega a pesar mais de 11 toneladas, um F-Truck pesa em média 4.200 kg. 
Para controlar toda esta potência, este gigante usa freios a disco nas quatro rodas, com resfriamento a líquido. Um reservatório específico com capacidade para 160 litros de água é instalado na traseira e o sistema é ativado pelo piloto toda vez que a temperatura dos freios sobe muito.  
Como você pode confirmar, tirando apenas tudo isso, nos demais aspectos os caminhões de rua e os Fórmula Truck são bastante parecidos. SQN… 

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